Reconhecer que diferentes grupos não possuem as mesmas oportunidades e que isso afeta o desenvolvimento humano é o primeiro passo para o combate ao racismo estrutural.
***
O racismo é um sistema de discriminação, hierarquização e dominação baseado na ideia de raça. O racismo só se torna possível pelo fato de existirem diversos mecanismos de dominação, os quais organizam as relações sociais. Nesse contexto, o racismo estrutural é composto principalmente por dois problemas: a negação do racismo como sistema de opressão e a defesa de uma ideia de humanidade universal. Dentre as consequências diretas do racismo estrutural, podemos citar o impedimento do acesso a direitos básicos, dificuldade de socialização e até mesmo exclusão das pessoas de diversas atividades e situações em razão da sua cor de pele. Reconhecer que diferentes grupos não possuem as mesmas oportunidades e que isso afeta o desenvolvimento humano, já é um grande avanço para o combate ao racismo estrutural. Outras formas de combate ao racismo são: 1) Propostas curriculares para o ensino das relações étnico-raciais nas creches, escolas e universidades, além do combate ao racismo e à discriminacão nesses ambientes; 2) Implementação de livros de literatura de temática africana e afro-brasileira; 3) Destinar mais recursos às unidades de educação infantil que atendem crianças negras e de baixa renda; 4) Criação de programas que incentivem as escolas a adotarem práticas que promovam a equidade racial; 5) Formulação de políticas de combate à desigualdade racial, em especial políticas que possam garantir os direitos da criança negra de acesso à educação infantil gratuita e de qualidade; 6) Criação de um Fundo Público Municipal para a eliminação das desigualdades raciais; 7) Fortalecimento de movimentos sociais antirracistas e de defesa de direitos; 8) Ações afirmativas (cotas) para correção das desigualdades raciais e promoção da igualdade de oportunidades. Percebemos, portanto, que há muitas formas de combater o racismo estrutural, mas para isso, é preciso que todos reconheçam o problema e comecem a repará-lo.
Referências:
Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância. Racismo, educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2021.
Autor do resumo:
Aluna Valeska Lourenço Bergamin
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
