O racismo estrutural afeta o desenvolvimento geral das crianças e adolescentes, impactando o aprendizado, a autopercepção, a autoconfiança, a saúde física e mental.
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Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o aprendizado e desenvolvimento físico e psíquico. O racismo estrutural está diretamente ligado a prejuízos nesse desenvolvimento, pois traz implicações na autoconfiança, autopercepção, aprendizado, saúde física e mental, relações parentais, construção de identidade e acesso a direitos básicos. O racismo estrutural gera um processo que, mesmo inconscientemente, tende a inferiorizar intelectualmente e negar possibilidades para realização intelectual de crianças e adolescentes negros. Assim, desde pequeno, o desenvolvimento do aprendizado fica deficitário, faltando oportunidades para adquirir habilidades e conhecimentos. Como resultado do racismo estrutural, crianças e adolescentes podem ter dificuldade em aceitar a própria cor da pele e cabelo, situações essas que podem gerar depressão e ansiedade. As condições vividas pelos pais, mães, avós e avôs, o estresse, a depressão, a ansiedade e as violências sofridas ao longo da vida dos familiares também moldam o ambiente em que a criança e o adolescente vivem, influenciam suas relações sociais e são modelo durante o crescimento. Assim, o racismo estrutural gera danos profundos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Referências:
Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância. Racismo, educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2021.Autor do resumo:
Aluna Olga Carvalho Gomes da Costa
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo