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A vacina contra os rotavírus é universalmente indicada para a imunização infantil e prevenção de gastroenterites e diarréias em crianças. No entanto, sua aplicação é contraindicada para um restrito grupo de crianças, dentre elas estão os imunossuprimidos, ou seja, aquelas que possuem alguma imunodeficiência ou fazem uso de algum medicamento imunossupressor; as que desenvolveram alergia grave à primeira dose ou possuem alergia a algum componente constituinte da vacina; as que apresentam alguma doença ou malformação do aparelho gastrointestinal; e as que têm história prévia de intussuscepção intestinal. A alergia aos componentes da vacina pode se manifestar como urticárias disseminadas pelo corpo, dificuldade na respiração (como fechamento da garganta) ou choque anafilático. Ela ocorre graças a reações contra substâncias como conservantes e acidulantes, bem como a alergia ao látex decorrente da aplicação. Atualmente, existem duas vacinas anti-rotavírus aprovadas no Brasil, ambas aplicadas oralmente por meio de gotas. A vacina oral monovalente é regularmente oferecida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) na rede pública de saúde e deve ser administrada em regime de duas doses intercaladas por dois meses, a partir do segundo mês de vida (preferencialmente, uma dose no 2º mês e uma ao 4º mês). Já a vacina oral atenuada pentavalente é oferecida somente em serviços de vacinação particulares e em regime de 3 doses intercaladas por 2 meses a partir do 2º mês de vida. É muito importante se atentar para as datas de vacinação, isso porque a vacinação contra o rotavírus em especial não pode ser aplicada fora da data preconizada que vai dos 2 aos 8 meses de vida. Não existem restrições para a aplicação da vacina contra o rotavírus em crianças com alergias ao leite, nem evidências que associam a aplicação das doses com o aparecimento da alergia. Também, não há impedimento à vacinação de crianças que convivem com pessoas portadores de deficiência imunológica. Porém, é importante observar que crianças que apresentem febre alta (maior de 38ºC) ou diarreias devem adiar a vacinação até o término dos sintomas.
Referências:
Sociedade Brasileira de Imunizações. Vacina rotavírus. Atualizado em 04 de Setembro de 2020. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-rotavirus Acesso em: 10 out. 2021.UptoDate. Rotavirus vaccines for infants. Atualizado em 23 de Julho de 2021. Disponível em http://www.uptodate.com/ Acesso em: 10 out. 2021.
Kfouri, R. A. et al. Vacina rotavírus: segurança e alergia alimentar: posicionamento das Sociedades Brasileiras de Alergia e Imunologia (ASBAI), Imunizações (SBIm) e Pediatria (SBP). Arq Asma Alerg Imunol. v.1, n.1, p. 49-54, 2017. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/05/aaai_vol_1_n_1_a6-003.pdf Acesso em: 10 out. 2021.
Autor do resumo:
Aluno Lucas Soares da Rocha
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo