O racismo estrutural é a existência de uma lógica de vida e organização social orientadas pela raça com consequências diretas na educação, saúde, lazer, sucesso profissional e financeiro da população negra.
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O racismo pode ser definido como um sistema de discriminação, hierarquização e dominação baseado na ideia de raça. O racismo estrutural é o reflexo de como esse preconceito voltado para a população negra foi construindo uma lógica de vida e organização social da população brasileira orientadas pela questão racial, impactando diretamente os indicativos socioeconômicos do país. Isso faz com que diversas estatísticas sociais apontem como o impacto do racismo estrutural sobre a população negra se materializa em aspectos socioeconômicos como, por exemplo, o fato do grupo populacional da mulher negra ser o mais pobre do Brasil, o que afeta diretamente as crianças negras, que em grande medida são educadas e cuidadas por suas mães, favorecendo um ciclo de pobreza limitada, em grande medida, à população negra. Entretanto, o racismo estrutural não é meramente uma conexão entre racismo e pobreza, uma vez que esse vínculo já está mais que estabelecido por diversas pesquisas. A ideia é muito mais voltada para a compreensão de como a história, partindo desde o colonialismo brasileiro até os dias atuais, molda um modelo de vida baseado na cor da pele, sendo esse fator determinante na qualidade da sua educação, saúde, lazer, sucesso profissional e financeiro, e tudo que a sociedade possibilita para o indivíduo. Por fim, a lógica das relações raciais no Brasil transformou o preconceito de algo subjetivo em consequências extremamente concretas na sociedade, atingindo adultos e crianças, afetando sua saúde e também interferindo no desenvolvimento na primeira infância.
Referências:
Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância. Racismo, educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. São Paulo : Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2021.Autor do resumo:
Aluno Luciano Daminato Neto
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
