Na UTI neonatal se busca manter o bebê estável e evitar possíveis complicações em sua saúde. A saída da UTI neonatal ocorre quando o bebê está estável por si só.
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Bebês prematuros são aqueles que o nascimento ocorre da semana 20 até a 36 da gestação. Na maioria dos casos, os nascimentos prematuros são espontâneos, resultantes de um trabalho de parto precoce ou quando a bolsa estoura, por exemplo. O nascimento de um bebê prematuro é normalmente acompanhado de algumas complicações e de uma dificuldade em manter estável os próprios sinais vitais como: temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação de oxigênio e pressão arterial. As principais complicações de curto prazo (enquanto o bebê ainda está no hospital, por exemplo) que podem acontecer são: problemas respiratórios, nos olhos, cardíacos, hemorragias e até infecções adquiridas no ambiente hospitalar. Dessa forma, os cuidados necessários para um bebê prematuro na UTI neonatal têm dois principais objetivos: manter e estabilizar os sinais vitais, até que ele consiga ficar bem sozinho e propiciar um ambiente que vá evitar essas possíveis complicações de curto prazo. Assim, a estabilização do bebê prematuro já pode ocorrer logo na sala de parto, com médicos especializados, realizando processos como o de ventilação da via aérea (para problemas respiratórios) ou a administração precoce de surfactante (um componente do pulmão importante para que a respiração ocorra e que só começa a ser produzido ao final da gestação). Inclusive, muitos prematuros podem necessitar de ressuscitação no nascimento, para isso é preciso que existam médicos e medicamentos especializados no momento do parto. Para prevenir que a temperatura do bebê abaixe (hipotermia) é importante manter o quarto em temperaturas maiores que 26°C, secar bastante o bebê após o nascimento e remover toalhas molhadas de perto. É por essa razão que muitos dos prematuros são colocados em incubadoras, envoltas por plástico limpo, e muitas vezes até com aquecedores, para mantê-los protegidos e aquecidos. Em termos respiratórios e circulatórios, os recém-nascidos prematuros devem ter um contínuo monitoramento da frequência cardíaca e respiração. Além disso, a taxa de oxigenação deve ser monitorada para evitar excesso ou falta de oxigênio na circulação. Outro aspecto a ser considerado na UTI neonatal é a possibilidade de infecção. Assim, deve-se tomar cuidado para que o recém-nascido não se exponha a bactérias ou fungos que podem causar doenças. Em vários momentos dos cuidados do bebê na UTI, podem ser necessários testes, como o de urina ou de sangue, para verificar se está tudo certo. O bebê terá alta da UTI neonatal quando ele: estiver estável (conseguindo assumir por si só as suas funções vitais, sem precisar de ajudas externas); for capaz de manter a sua temperatura corporal; e estiver sem dificuldades para respirar. O tempo de internação na UTI neonatal é variável de criança para criança. Os familiares devem manter contato com o hospital durante e após a saída do bebê da UTI, para receber as melhores orientações e informações sobre o bebê.
Referências:
UpToDate. Preterm birth: risk factors, interventions for risk reduction, and maternal prognosis. Informação atualizada em setembro de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em 15 out. 2021.UpToDate. Care of the neonatal intensive care unit graduate. Informação atualizada em outubro de 2020. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 17 out. 2021.
UpToDate. Short-term complications of the preterm infant. Informação atualizada em setembro de 2019. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 17 out. 2021.
UpToDate. Long-term outcome of the preterm infant. Informação atualizada em julho de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 17 out. 2021.
UpToDate. Patient education: What to expect in the NICU (The Basics). Informação atualizada em outubro de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 17 out. 2021.
Autor do resumo:
Aluno Victor Villatoro Carrapato
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo