A prevenção de estrias durante a gravidez é um desafio, pois nenhum dos produtos já testados cientificamente demonstraram um benefício que justifique seu uso durante a gravidez.
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Dentre as adaptações que ocorrem no corpo da mãe durante a gravidez, algumas delas se relacionam com a pele, como o caso das estrias. Elas geralmente começam entre o sexto e o sétimo mês de gestação, como linhas rosas ou violetas. As principais regiões do corpo onde elas podem ser encontradas são o abdômen, os seios e as coxas, também podem ser encontradas em menor quantidade nas costas, nas nádegas (bumbum), nos quadris e nos braços. As causas relacionadas com o aparecimento das estrias durante a gravidez ainda não são totalmente conhecidas, mas o que se sabe é que não há somente um fator causador. Algumas causas já relacionadas com as estrias são: fatores físicos, alterações hormonais, elevado ganho de peso na graviez, idade materna e até mesmo mudanças na estrutura da pele durante a gravidez. Quando o assunto é a prevenção destas estrias, muitas pesquisas já foram feitas, mas ainda faltam evidências para confirmar a eficácia de todos os tipos de intervenções. Dentre o que já foi testado, podemos observar diversos cremes, loções, pomadas, vitaminas, ou até mesmo substância como o azeite de oliva e a manteiga de cacau. Além desses produtos clássicos, já foram pesquisadas também as “faixas de barriga” ou “faixas abdominais”, muito famosas entre grávidas. Essas faixas também não demonstraram nenhuma eficácia na prevenção de estrias, tanto durante a gravidez quanto no pós-parto. Ou seja, a prevenção deste tipo de estria ainda é um desafio, pois nenhum dos produtos testados cientificamente demonstraram um benefício que justifique seu uso durante a gravidez. Mulheres com estrias e que não estejam grávidas podem consultar um dermatologista a fim de buscar intervenções que amenizam a aparência do problema como a laserterapia, fototerapia e o uso de retinoides tópicos. Todavia, essas intervenções não podem ser usadas durante a gravidez pois trazem riscos ao feto.
Referências:
UpToDate. Striae distensae: estrias. Informação atualizada em dezembro de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 8 jan. 2022.UpToDate. Maternal adaptations to pregnancy: skin and related structures. Informação atualizada em dezembro de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 8 jan. 2022.
Farahnik, B et al. Striae gravidarum: risk factors, prevention, and management. International Journal of Women 's Dermatology, v. 3, n.2, p. 77-85, 2016. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28560300/. Acesso em: 11 jan. 2022.
Autor do resumo:
Aluno Valeska Lourenço BergaminCurso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.