Intervenções comportamentais e educacionais, atividades físicas, terapia e medicação podem ajudar no controle da agressividade de crianças com transtorno do espectro autista
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O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento no qual comportamentos como agressividade podem perturbar significativamente o funcionamento e a qualidade de vida da criança e sua família. A agressividade pode aumentar os níveis de estresse da família e levar à redução da disponibilidade de apoio educacional e social. Os comportamentos agressivos podem ser direcionados às pessoas ao redor (como agredir a família) ou à própria criança (como bater a cabeça na parede, chamado de autolesão). Descobrir o que a criança está tentando dizer com comportamento agressivo pode ajudar a descobrir a melhor maneira de lidar com o comportamento. Os comportamentos agressivos podem decorrer de ansiedade ou frustração, que também podem ser alvos de intervenção. Intervenções comportamentais e educacionais direcionadas à agressividade podem trazer benefícios para a criança e a família. Profissionais de saúde podem auxiliar em mudanças que podem reduzir o estímulo que gera a agressividade (por exemplo, lugares barulhentos ou atividades desagradáveis), aumentar o reforço para quando a criança tem um comportamento diferente da agressividade (por exemplo, quando ela fala o que a incomoda ao invés de ficar agressiva) e ensinar a criança a se comunicar para conseguir o que deseja (por exemplo, dizer “mamãe” quando quer atenção ao invés de bater na mãe ou se bater). Especialistas em TEA recomendam que durante as crises de agressividade os pais tentem se manter calmos, falar frases curtas (por exemplo, falar apenas “sente-se” ao invés de “João, venha aqui agora, sente no banquinho e fique quieto”), levar a criança para um lugar seguro (longe de objetos que podem machucá-la) e considerar mostrar fotos ou fazer ações que acalme a criança. A participação em atividades físicas também pode diminuir comportamentos inadequados, como a agressividade. A realização de terapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou mindfulness (meditação profunda), pode trazer benefícios para a criança e família. Quando essas medidas não conseguem controlar a agressividade da criança, medicamentos podem ser necessários. A medicação aprovada para o manejo da agressividade em crianças com TEA são os antipsicóticos, como a risperidona. Deve-se sempre lembrar que as medicações possuem efeitos colaterais (como ganho de peso, sonolência e tontura), por isso, sempre que possível, tenta-se as medidas não farmacológicas antes de indicar o uso de medicamentos. Outras medicações (como inibidores seletivos da recaptação da serotonina e agonistas alfa-adrenérgicos) podem ser consideradas para as crianças em que a causa da agressividade seja por ansiedade, hiperatividade ou impulsividade. Após um período utilizando a medicação (um ano ou mais) pode-se tentar reduzir a dose da medicação e suspendê-la, para verificar se a criança fica bem sem a medicação ou ainda precisa dela.
Referências:
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Autor do resumo:
Aluno Gustavo José Miranda da Cunha Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
