Médicos podem avaliar a depressão do adolescente, o risco do adolescente cometer uma autoagressão ou suicídio, e podem decidir sobre o tratamento mais apropriado.
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As mudanças de humor são comuns na adolescência e raramente interferem no sono, no processo de alimentação e nas demais atividades. Porém, a perda de um membro da família ou de um amigo podem causar depressão que dura por dias, semanas ou até meses. Um adolescente que tenha dificuldade em lidar com a dor de uma perda pode se tornar cada vez mais deprimido e ter dificuldade para realizar as atividades escolares e participar de outras atividades sociais. Além disto, pode ir se retraindo socialmente e apresentar distúrbios de sono e apetite, sentimentos de desesperança e desamparo. Nesse contexto, o adolescente terá maior risco de suicídio. Os métodos mais empregados por adolescentes e adultos jovens para cometer suicídio incluem, principalmente, armas de fogo (44%), asfixia (40%) e envenenamento (8%). Adolescentes com doenças psiquiátricas graves, como esquizofrenia aguda ou transtorno depressivo psicótico também estão em risco de suicídio. Assim, um médico pode determinar a extensão da depressão do adolescente e o risco de que ele possa cometer autoagressão ou suicídio. A avaliação médica incluirá entrevistas com o adolescente e a família. A história do paciente, coletada pelo médico, deve ser detalhada, incluindo sintomas psiquiátricos atuais (por exemplo, presença de ideias suicidas e de plano de suicídio) e funcionamento global, história psiquiátrica passada, incluindo diagnósticos psiquiátricos, ideação suicida prévia e tentativas de suicídio e tratamento psiquiátrico anterior (terapias intensivas e ambulatoriais, além de medicamentos controlados ou psicotrópicos). O médico também deve avaliar a segurança do ambiente doméstico fazendo perguntas sobre, por exemplo, a presença e a segurança de armas e a disponibilidade de medicamentos prescritos e não prescritos nos locais de habitação e convivência do adolescente. É importante ressaltar ainda que os médicos de unidades básicas de saúde, em geral, podem identificar oportunamente um adolescente em risco de suicídio porque muitos adolescentes que tentam suicídio buscam atendimento médico nas semanas que precedem a tentativa. As consultas às unidades básicas de saúde são, muitas vezes, usadas pelo adolescente para apresentar queixas vagas. Assim, se o paciente apresentar evidências de depressão, o médico deve avaliar a gravidade da depressão e o risco de suicídio. Além disso, o médico deve sempre encaminhar para consulta psicológica ou psiquiátrica de emergência qualquer adolescente que seja gravemente deprimido, psicótico ou com pensamento suicida. É responsabilidade do psicólogo e do psiquiatra avaliar a gravidade do pensamento suicida e decidir se internação ou tratamento ambulatorial é mais apropriado. Os adolescentes com depressão leve e baixo risco de suicídio devem ser seguidos de perto e a gravidade da depressão deve ser avaliada de forma contínua. Se parecer que o paciente adolescente está piorando ou não está respondendo ao aconselhamento de apoio, deve ser feito um encaminhamento a um psiquiatra especializado.Referência: Access Medicine. Richards, M. J. et al. Adolescence. In: Hay, W.W. et al. Eds. Current diagnosis & treatment pediatrics. 23ed. New York: McGraw-Hill, 2014.
Autor do resumo: Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Revisores do resumo: Prof. Dr. Fabio Carmona
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