***
A violência contra crianças e adolescentes é um problema de saúde pública que afeta famílias mundialmente. Crianças que sofreram agressões são mais suscetíveis a doenças mentais, ao uso de substâncias ilícitas e ao aparecimento de doenças crônicas na vida adulta. Portanto, a melhor arma contra a violência na infância e adolescência é a prevenção (ver Como prevenir maus tratos em crianças?). Entretanto, quando suspeitar que a criança ou adolescente está passando por situações de violência? Muitas vezes, os primeiro sinais de violência não são físicos e sim no comportamento. Crianças que são agredidas podem apresentar estresse, parar de falar ou ter pesadelos muito recorrentes. Elas também podem se tornar muito agressivas ou amedrontadas. Quando existe o aparecimento de sinais físicos de agressão, é importante buscar a causa para eles. Em casos de violência, frequentemente, a história que o agressor está contando não faz sentido quando comparado com os ferimentos da criança. Crianças que são agredidas repetidamente podem ter na pele manchas (hematomas) de diferentes colorações, desde manchas roxas (mais recentes) até manchas esverdeadas para amareladas (mais antigas). Deve-se suspeitar de: manchas na pele em bebês que ainda não estejam engatinhando ou tentando andar; manchas em regiões como orelhas, cabeça, rosto, pés, costas e barriga; muitas manchas roxas pelo corpo ou manchas com um formato específico como marcas de dedos, cinta ou marca de mordida. As agressões também podem ocorrer por meio de queimaduras, realizadas com pontas de cigarro, líquido fervente ou superfícies quentes, e podem resultar em fraturas. Crianças e adolescentes com manchas, fraturas e queimaduras precisam de atendimento médico. Feridas nas partes íntimas e na boca também devem ser tratadas com cuidado, acompanhadas de uma equipe médica especializada. Se houver suspeita de agressão contra crianças e adolescentes, é importante que não se espere a confirmação para buscar ajuda médica, pois pelo menos uma em cada três crianças e adolescentes que retornam para o ambiente em que ocorreu a violência sofrerão violência novamente.Referência: UpToDate. Physical child abuse: Recognition. Informação atualizada em fev. 2018. Disponível em: http://psbe.ufrn.br/. Acesso em: 19 mar. 2018.
Autor do resumo: Gabriella Neves Cury
Revisores do resumo: Prof. Dr. Fabio Carmona, Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Você achou esta informação útil? Clique AQUI para dar a sua opinião!