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Os estupros contra homens são menos comuns do que os contra mulheres. As vítimas são principalmente meninos vulneráveis, especialmente deficientes físicos ou mentais. Assim como com as meninas, também é mais comum que o agressor seja alguém conhecido ou muito próximo dos meninos. No caso de menores de idade, é comum que o agressor faça parte da família ou participe do círculo familiar. O estupro contra meninos resulta frequentemente em ferimentos mais graves do que em meninas. Os ferimentos ocorrem principalmente na região anal. Durante o estupro, a vítima pode acabar ejaculando, mesmo sem o consentimento, devido a estímulo da próstata, que fica próxima do reto (a parte final do intestino). Portanto, a ejaculação não significa que a vítima estivesse gostando ou concordando com o estupro. O fato da vítima ejacular pode provocar muitos problemas durante o processo judicial. Também é comum que a vítima seja desacreditada por esse motivo. É comum que as vítimas escondam o estupro. Os meninos têm medo de serem culpados pelo que ocorreu ou de sofrerem outros tipos de repressão, especialmente relacionado à sua sexualidade. A maioria das vítimas vai apresentar alguma mudança de comportamento. As vítimas podem expressar angústia, tristeza, raiva e culpa. As vítimas também podem reprimir essas emoções e ficar apáticas. Com o passar do tempo, geralmente, ocorrem mudanças no estilo de vida das vítimas. As vítimas podem desenvolver medos que antes não tinham, doenças do sono, como insônia, e também depressão. Em alguns casos, o trauma da violência sexual pode levar ao suicídio. A maneira apropriada para pais ou responsáveis perceberem a violência sexual em meninos é manter com eles uma relação com diálogo aberto, em que a vítima se sinta segura para contar o que aconteceu.Referências:
CERQUEIRA, Daniel; COELHO, Danilo S. Cruz; FERREIRA, Helder. Estupro no Brasil: vítimas, autores, fatores situacionais e evolução das notificações no sistema de saúde entre 2011 e 2014. Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 11, n. 1, 24-48, fev/mar 2017.
Access Medicine. Quick medical diagnosis & treatment: sexual violence . New York: Lange, 2017. Disponível em: http://psbe.ufrn.br/. Acesso em: 23 jun. 2018.
Revisores do resumo: Prof. Dr. Fabio Carmona, Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
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