Infecção urinária recorrente pode decorrer de anormalidades anatômicas ou funcionais, mas pode estar presente em mulheres sexualmente ativas e sem anormalidades.
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As infecções urinárias se manifestam com a presença de dor ou ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, urgência urinária e dor na região central e inferior a barriga. As infecções urinárias recorrentes são quando uma paciente apresenta o diagnóstico de infecção urinária diversas vezes durante um curto período de tempo. Problemas no sistema de defesa do indivíduo podem desencadear infecções, porém, quando a infecção ocorre isoladamente no trato urinário (ou seja, não está associada a outras infecções, como a infecção das vias respiratórias) normalmente a causa não é uma imunodeficiência. Em vez disso, anormalidades anatômicas, como a obstrução ao fluxo urinário, o acúmulo de urina “parada” e o refluxo urinário (mudança de direção no fluxo urinário, a urina “volta” para regiões superiores no trato urinário) são as causas mais prováveis de infecções urinárias recorrentes. Anormalidades funcionais, como problemas no funcionamento da bexiga e incontinência urinária (“escape” de urina sem que a pessoa queira), podem também propiciar o surgimento de infecções urinárias recorrentes. As infecções urinárias recorrentes são também um problema comum em algumas mulheres sexualmente ativas, mesmo na ausência de quaisquer anormalidades anatômicas e funcionais identificáveis. A atividade sexual pode causar irritação local na abertura por onde sai a urina e levar a cistite (infecção da bexiga), também conhecida como “cistite de lua-de-mel". Nesses casos, mulheres com infecções urinárias recorrentes, geralmente se beneficiam de estratégias de prevenção, incluindo a profilaxia com antibióticos administrados após a relação sexual. Outras condições que podem predispor a infecção urinária recorrente são: presença de cateter vesical, cálculos urinários, massas inflamatórias e neoplásicas (câncer), estreitamento da via urinária, entre outras. A maioria das mulheres com infecção urinária recorrente não precisa de exames de imagem ou avaliação urológica. Porém, quando as mulheres possuem características que sugerem anormalidades estruturais ou funcionais do trato geniturinário que podem exigir intervenção adicional, como exames de imagem e a avaliação urológica. A presença de infecção causada pelo mesmo microrganismo, dentro de duas semanas após a conclusão do tratamento, a presença persistente de uma bactéria específica (Proteus spp), histórico de “pedras nos rins”, saída persistente de sangue junto com a urina e anormalidades ao urinar são características que podem indicar a necessidade da investigação médica mais detalhada.
Referências:
Uptodate. Pasternack, Mark S. Approach to the adult with recurrent infections. Informação atualizada em: 12 nov. 2019. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 21 abr. 2020.
Uptodate. Hooton Thomas M; Gupta, Kalpana. Recurrent simple cystitis in women. Informação atualizada em: 29 abr. 2019. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 22 abr. 2020.
Uptodate. Hooton Thomas M; Gupta, Kalpana. Acute simple cystitis in women. Informação atualizada em: 21 ago. 2019. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 22 abr. 2020.
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
