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Devido às características dos procedimentos odontológicos, como o contato face a face, exposição a saliva e sangue e geração de gotículas respiratórias e aerossóis, existe um alto risco de transmissão do novo coronavírus entre profissionais de saúde bucal e pacientes. Para diminuir os riscos de transmissão deste vírus em consultórios odontológicos algumas medidas de controle de infecção devem ser tomadas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o novo coronavírus pode persistir nas superfícies de algumas horas até vários dias e isso depende do tipo de superfície, da temperatura ou da umidade do ambiente. Nos consultórios odontológicos, é necessário haver uma boa circulação de ar e o sistema de ar condicionado deve ser higienizado com frequência. Todas as cadeiras, revistas, portas e outras superfícies que entrem em contato com profissionais de saúde e pacientes devem ser tomadas como potencialmente infectadas e ser desinfetadas regularmente. Pode ser disponibilizado um higienizador de mãos com 60% a 95% de álcool para os pacientes na sala de espera. Sempre que possível, os profissionais devem trabalhar a uma distância adequada dos pacientes. Além disso, os profissionais devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs) que servirão de barreira ao sangue ou secreções potencialmente infectadas. Os EPIs recomendados incluem máscaras, luvas, aventais/jalecos/capotes e proteção ocular (óculos de proteção ou protetores faciais). As consultas odontológicas, procedimentos e cirurgias que não são emergenciais devem ser adiados. Em relação às emergências dentárias, o ideal é que seja feita uma triagem por telefone para saber se o paciente realmente precisa comparecer à clínica. Isso fará com que se diminua o contato entre pessoas e o tempo de espera dos pacientes, além de preservar os EPIs e outros suprimentos. Os pacientes e os acompanhantes devem receber máscaras ao entrar na clínica odontológica. Recomenda-se que durante a epidemia de COVID-19, as clínicas odontológicas tenham triagens para medir a temperatura dos membros da equipe, dos pacientes e dos acompanhantes. Pacientes com febre devem ser registrados e encaminhados para hospitais. Também devem ser feitas perguntas sobre o estado de saúde dos pacientes, se houve contato com pessoas com COVID-19 suspeita ou confirmada e se houve viagem recente a um lugar onde há casos de COVID-19. Os pacientes podem ser tratados em uma sala isolada e bem ventilada ou em salas de pressão negativa, se disponíveis para casos suspeitos com COVID-19. Após o atendimento, devem ser feitos a limpeza e a desinfecção do ambiente. É recomendado que todos que estão na clínica odontológica façam constantemente a higiene das mãos, já que o novo coronavírus é completamente inativado por água, sabão e outros detergentes.
Referências:
L. Meng. et al. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): emerging and future challenges for dental and oral Medicine. Journal of Dental Research. 2020. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0022034520914246. Acesso em 04 Abr. 2020.
G. Spagnuolo et al. COVID-19 outbreak: an overview on dentistry. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2020. https://www.mdpi.com/1660-4601/17/6/2094/html. Acesso em 04 Abr. 2020.
X. Peng et al. Transmission routes of 2019-nCOV and controls in dental practice. Nature, International Journal of Oral Science. 2020. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41368-020-0075-9?fbclid=IwAR2FOrUL6qqW7Lbnn7d06QBVSL0UuXEpFlSw-VMIIDbGyxhnf-h4fVjaHh0. Acesso em: 09 Abr. 2020.
Centers for Disease Control and Prevention. Coronavirus Disease 2019. Informação atualizada em: 07 Abr. 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/dental-settings.html. Acesso em: 09 Abr. 2020.
Dynamed [Internet]. COVID-19 (Novel Coronavirus). Informação atualizada em: 09 Abr. 2020. Disponível em: https://www.dynamed.com/. Acesso em: 09 Abr. 2020.
Autor do resumo:
Jéssica Nara Targino Cavalcante
Jéssica Nara Targino Cavalcante
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.