Procedimentos de desinfecção de rotina são apropriados para o SARS-CoV-2. As salas de procedimentos de geração de aerossol podem requerer protocolos aprimorados.
Para auxiliar na redução da transmissão da COVID-19, procedimentos de controle de infecção ambiental devem ser implementados, como a limpeza e desinfecção dos ambientes. Nos serviços de saúde, os procedimentos de limpeza e desinfecção de rotina (como usar produtos de limpeza gerais e água para pré-limpar as superfícies antes de aplicar um desinfetante de nível hospitalar) são apropriados para o SARS-CoV-2. Os produtos desinfetantes aprovados para o SARS-CoV-2 pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos são os recomendados para patógenos virais emergentes, como ácido glicólico, amônio quaternário, hipoclorito de sódio, entre outros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil recomenda para a desinfecção a utilização de produtos à base de cloro, como o hipoclorito de sódio, álcool líquido a 70% ou outro desinfetante de uso geral, desde que seja regularizado junto à Anvisa. Muitos hospitais implementaram protocolos aprimorados de limpeza e desinfecção ambiental para salas usadas por pacientes com COVID-19 e para áreas usadas por profissionais de saúde que cuidam desses pacientes. Como exemplo, métodos de desinfecção adjuvantes, como luz UV (ultravioleta) e vapor de peróxido de hidrogênio, são usados em algumas instalações para desinfetar as salas usadas para procedimentos que gerem a produção de aerossóis pelos pacientes com COVID-19. Os trabalhadores que estão limpando áreas potencialmente contaminadas com SARS-CoV-2 devem ser treinados para realizar a limpeza com equipamento de proteção individual (EPI) apropriado. Os trabalhadores devem ser testados e treinados para usar máscaras N95 e os protetores faciais (ou PAPRs) ao limpar quartos de pacientes que são ou foram ocupados por pessoas com COVID-19 ou que foram usados para procedimentos de geração de aerossol em pacientes com COVID-19. A importância da desinfecção ambiental foi ilustrada em um estudo de Cingapura, no qual o RNA viral (material genético do vírus, indicando a sua presença no local) foi detectado em quase todas as superfícies testadas (maçanetas, interruptores de luz, camas, corrimãos, portas, janelas, vaso sanitário e pia) na sala de isolamento respiratório de um paciente sintomático com COVID-19 leve, antes da limpeza de rotina. O RNA viral não foi detectado em superfícies semelhantes nos quartos de dois outros pacientes sintomáticos após a limpeza de rotina (com dicloroisocianurato de sódio). É importante salientar que a detecção de RNA viral não indica necessariamente a presença de vírus infeccioso.
Referências:
Uptodate. Palmore, Tara N. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): infection control in health care and home settings. Informação atualizada em: 07 mai. 2020. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 08 mai. 2020.Coordenação de Serviços de Interesse para Saúde; Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde; Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Orientações para a prevenção e o controle de infecções pelo novo coronavírus (Sars-cov-2) em instituições de acolhimento. Brasília: CSIPS; GGTES;ANVISA 2020. p. 1-14, 8 abr. 2020. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/nota_tecnica_publica_csips_prevencao_da_covid_19_em_instituicoes_de_acolhimento+%281%29.pdf/dc574aaf-e992-4f5f-818b-a012e34a352a. Acesso em: 8 maio 2020.
Centers for Disease Control and Prevention. Interim infection prevention and control recommendations for patients with suspected or confirmed coronavirus disease 2019 (COVID-19) in healthcare settings. 13 abr. 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/infection-control-recommendations.html. Acesso em: 08 maio 2020.
United States Environmental Protection Agency. List N: Disinfectants for use against SARS-CoV-2. 7 maio 2020. Disponível em: https://www.epa.gov/pesticide-registration/list-n-disinfectants-use-against-sars-cov-2. Acesso em: 8 maio 2020.
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.