JULIÃO, André. Inatividade física na quarentena pode aumentar as estatísticas de mortes,
aponta estudo. Agência FAPESP, 7 dez. 2020. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/inatividade-fisica-na-quarentena-pode-aumentar-as-estatisticas-de-mortes-aponta-estudo/34766/. Acesso em: 11 dez. 2020.
Uptodate. McIntosh, Kenneth. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Clinical features. Informação atualizada em: 11 dez. 2020. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 12 dez. 2020.
WONG, Suzy L.; LEATHERDALE, Scott T. Association between sedentary behavior, physical activity, and obesity: inactivity among active kids. Disponível em: https://www.cdc.gov/pcd/issues/2009/jan/07_0242.htm. Acesso em: 11 dez. 2020.
HOSPITAL PORTUGUÊS. Obesidade e quarentena. Hospital Português, 4 set. 2020. Disponível em: https://www.hportugues.com.br/2020/09/obesidade-e-quarentena/. Acesso em: 12 dez. 2020.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
Qual o impacto da inatividade física, observada na pandemia da COVID-19, sobre a população?
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A quarentena e o isolamento social, necessários para controlar a propagação do SARS-CoV-2 (coronavírus causador da COVID-19), intensificou alguns comportamentos prejudiciais à saúde. As pessoas estão comendo mal (guloseimas e alimentos extremamente processados), passam muito tempo sentadas em frente às telas de computadores e celulares e movimentam-se pouco ao longo do dia. De acordo com os resultados iniciais de uma pesquisa, nos primeiros meses de confinamento houve redução de 35% no nível de atividade física e aumento de 28,6% nos comportamentos sedentários (como passar mais tempo sentado e deitado), além de maior ingestão de alimentos não saudáveis. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que adultos pratiquem por semana ao menos 150 minutos de exercício aeróbico moderado ou 75 minutos em alta intensidade. A recomendação para as crianças é de exercícios diários, pelo menos 1 hora por dia, sendo maior a duração quanto mais jovem for a criança. Estima-se que atualmente mais da metade das pessoas estão em inatividade física, ou seja, realizam menos exercícios do que o recomendado. Estudos mostraram que a inatividade física foi responsável por cerca de 33 milhões de casos de diabetes tipo 2 em 2019 e 5,3 milhões de mortes em 2018. Especialistas estimam que a redução no nível de atividade física durante a quarentena pode gerar um aumento anual de mais 11 milhões de novos casos de diabetes mellitus tipo 2 e resultar em mais 1,7 milhão de mortes. Vale ressaltar que indivíduos com diabetes mellitus e obesidade têm um risco maior de desenvolver a forma grave da COVID-19. Quando o nível de glicemia (açúcar no sangue) do paciente está alto, as chances de óbito pela forma grave da COVID-19 são ainda maiores. Pesquisas mostram ainda que mesmo pessoas fisicamente ativas podem ter prejuízos à saúde ao passar muitas horas sentado ou deitado (como quando está assistindo televisão ou utilizando o computador). Por isso, recomenda-se que quem trabalha muitas horas em frente ao computador levante a cada meia hora e realize alguma atividade leve (como andar pela casa ou subir e descer escadas) por dois a cinco minutos. Além disso, o confinamento não deve impedir a realização de atividades físicas de maior intensidade. As recomendações da OMS, por exemplo, incluem exercícios que possam ser acompanhados por meio de aulas on-line; pausas curtas ao longo do dia para dançar, brincar com os filhos ou realizar atividades domésticas mais intensas, como limpeza e jardinagem; andar dentro ou em volta de casa, subir e descer escadas ou mesmo andar parado no lugar. Pode-se ainda realizar exercícios que usem o próprio peso do corpo para fortalecimento muscular, como abdominais, sentar e levantar da cadeira e flexões, além de atividades aeróbicas perto de casa que possam ser feitas com segurança, como caminhada, corrida e andar de bicicleta. Tudo isso deve ser somado a uma alimentação saudável, com legumes, frutas e verduras, principalmente, evitando alimentos processados (como alimentos prontos congelados).
Referências:
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.