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O paciente estará com suspeita clínica de COVID-19 quando apresentar febre, tosse, falta de ar e incapacidade de sentir cheiros. A suspeita é ainda mais forte quando o paciente teve contato recente com uma pessoa que está com COVID-19 (suspeita ou confirmada). Todos os pacientes com suspeita clínica de COVID-19, se possível, devem ser submetidos ao teste diagnóstico. Há diferentes testes diagnósticos que devem ser empregados de acordo com a situação. O teste de amplificação de ácido nucleico (como o RT-PCR), identifica material genético do SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, em secreções do nariz ou boca do paciente. Outro teste útil para o diagnóstico é o teste de antígeno para COVID-19, que busca proteínas do SARS-CoV-2 em amostras de secreções. Quando o resultado do teste de um paciente com suspeita clínica de infecção pelo SARS-CoV-2 vem positivo, o diagnóstico de COVID-19 é confirmado. Para muitos indivíduos, um resultado negativo do teste diagnóstico é suficiente para dizer que a pessoa não está com COVID-19. Porém, estima-se que entre 5 e 40 a cada 100 pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 podem ter resultado falso negativo. Um resultado falso negativo é quando o teste dá negativo (diz que a pessoa não tem a doença) mesmo a pessoa tendo COVID-19. A probabilidade de um teste dar falso negativo varia de acordo com o tipo de teste realizado, como foi realizada a coleta de amostra de secreção e há quantos dias o paciente foi infectado ou começou a apresentar sintomas. Se a suspeita de COVID-19 permanecer (ausência de outra doença que explicaria os sintomas sugestivos de COVID-19), pode ser necessário repetir o teste. O teste geralmente é repetido entre 1 a 2 dias após o primeiro teste. Além disso, em pacientes internados, outros testes laboratoriais e exames de imagem podem apoiar o diagnóstico clínico de COVID-19. É importante ressaltar que o teste sorológico, como o ELISA, normalmente não é indicado para diagnóstico de COVID-19 atual, visto que quando realizado no início da doença provavelmente terá um resultado falso negativo. Isso acontece porque o teste sorológico detecta anticorpos no sangue do paciente. Esses anticorpos podem demorar de dias a semanas após o início da doença para serem produzidos. Em muitos casos, devido à disponibilidade limitada de testes e à preocupação com resultados falso negativos, o diagnóstico de COVID-19 é feito com base nos sintomas e sinais compatíveis com a COVID-19. Vale dizer que assim como há resultados falso negativos, também há resultados falso positivos, ou seja, o teste vem positivo mesmo a pessoa não tendo a doença. Assim, evita-se fazer testes diagnósticos (como o RT-PCR) em pessoas sem sintomas.
Referências:
UpToDate. Caliendo, Angela M; Hanson, Kimberly E. Coronavirus disease 2019: diagnosis. Informação atualizada em: 16 jan. 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-diagnosis. Acesso em: 29 jan. 2021.
UpToDate. Mahutte, Neal G; Duleba, MD Antoni J. Evaluating diagnostic tests. Informação atualizada em: 12 mar. 2019. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/evaluating-diagnostic-tests. Acesso em: 31 jan. 2021.
UpToDate. Patient education: Coronavirus disease 2019 overview: the basics. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-overview-the-basics. Acesso em: 31 jan. 2021.
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.