Sintomas como cansaço, tosse, falta de ar, perda de olfato e paladar e problemas psicológicos relacionados à COVID-19 podem persistir por algumas semanas ou meses.
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Sintomas como cansaço, tosse, falta de ar, perda de olfato e paladar e problemas psicológicos relacionados à COVID-19 podem persistir por algumas semanas ou meses. Esses sintomas persistentes afetam mais de uma entre cada três pessoas que tiveram COVID-19. Dentre os sintomas físicos, os sintomas persistentes mais comuns são fadiga (sensação de cansaço constante), dispneia (“falta de ar”), desconforto no peito e tosse. Outros sintomas físicos que podem permanecer são os problemas de olfato (não sentir cheiro) e paladar (não sentir gosto), dor de cabeça, nariz escorrendo, dores nas articulações, dores musculares, dificuldade em dormir, perda do apetite, suor excessivo, diarreia e queda de cabelo. Em relação aos problemas cognitivos e psicológicos, pode ocorrer dificuldades para pensar com clareza, concentrar-se e lembrar dos fatos, bem como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Pacientes que ficaram internados em unidade de terapia intensiva (UTI) têm maior chance de apresentar sintomas psicológicos. Os sintomas podem ter tempos diferentes para melhorar. Por exemplo, febre, calafrio e problemas olfativos (dificuldade para sentir cheiros) e gustativos (dificuldade para sentir o sabor dos alimentos) geralmente melhoram dentro de 2 a 4 semanas, enquanto a fadiga, falta de ar, aperto no peito, déficits cognitivos (como dificuldade para pensar ou lembrar) e problemas psicológicos podem durar meses (por exemplo, 2 a 6 meses). A persistência dos sintomas varia de pessoa para pessoa, sendo difícil prever quais sintomas irão persistir e por quanto tempo. Mesmo pacientes com doença menos grave (sem necessidade de ser internado) relatam frequentemente a persistência de alguns sintomas. Apesar dos dados iniciais sugerirem uma recuperação mais rápida (por exemplo, 2 semanas) para aqueles com doença leve e uma recuperação mais lenta (por exemplo, 2 a 3 meses ou mais) para aqueles com doença mais grave, há ampla variabilidade no tempo até a resolução dos sintomas. A recuperação da pessoa depende de sua idade, do seu estado geral de saúde (presença de outras doenças) e da gravidade dos sintomas do COVID-19.
Referências:
UpToDate. Mikkelsen, Mark E; Abramoff, Benjamin. COVID-19: Evaluation and management of adults following acute viral illness. Informação atualizada em: 3 mar. 2021. Disponível em: www.uptodate.com/contents/covid-19-evaluation-and-management-of-adults-following-acute-viral-illness. Acesso em: 23 mar. 2021.
UpToDate. Patient education: recovery after COVID-19. Disponível em: www.uptodate.com/contents/recovery-after-covid-19-the-basics. Acesso em: 23 mar. 2021.
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.