Os alimentos ingeridos pela mãe não causam cólica no recém-nascido, exceto quando o bebê tem alergia alimentar.
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O leite materno é a única fonte de macronutrientes, vitaminas, minerais e água dos recém nascidos em amamentação exclusiva (recomendada até os 6 meses) e a principal fonte desses alimentos para os bebês em introdução alimentar. Variações na dieta, exercício físico ou balanço energético da mãe não interferem no volume de leite produzido. Contudo, a quantidade de vitaminas e nutrientes no leite pode ser diretamente afetada pela alimentação ou hábitos maternos, sobretudo em mães com má nutrição, o que pode levar a quadros de carência nutricional no bebê. Já a cólica nos lactentes pode decorrer de diversas causas tanto gastrointestinais, quanto biológicas ou psicossociais. Sua ocorrência pode ser marcada pelo choro ou desconforto prolongado do bebê (maior que 3 horas por dia), por vezes de início súbito e volume mais intenso, sendo difícil de consolá-lo, além da rigidez muscular, distensão abdominal e arqueamento das costas, com alívio somente depois da eliminação de gases ou fezes. Não está comprovado que as mudanças alimentares maternas possam promover quaisquer benefícios no enfrentamento das cólicas dos recém nascidos. Certamente, existem condições, como as alergias à proteína do leite, ovos, nozes e glúten, que, quando diagnosticadas cedo no lactente, requerem alimentação materna especial, privando a mãe do consumo desses alimentos, já que esses nutrientes podem passar para o leite materno e chegar até o lactente. Porém, na maioria das vezes, nenhum outro alimento que a mãe consome está relacionado com a cólica do lactente, não sendo necessária, portanto, a sua remoção da dieta da mãe. Por isso, para o público geral, a primeira linha de tratamento para a cólica nos lactentes envolve técnicas de amamentação e de relaxamento, como levar o bebe para caminhadas, usar barulhos de fundo, conversar com o bebê, dar estímulos visuais e sonoros, promover banhos quentes ou acariciar o abdome do bebê.
Referências:
UptoDate, Turner T L, Et al. Infantile colic: clinical features and diagnosis. Atualizado em novembro de 2018. Disponível em: http://www.uptodate.com Acesso em: 21 maio 2022.UptoDate, Turner T L, Et al. Infantile colic: management and outcome. Atualizado em: novembro de 2021, Disponível em: http://www.uptodate.com Acesso em: 21 maio 2022.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica. Cólica do lactente. [Rio de Janeiro] : SBD, s.d. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-o-bebe/colica-do-lactente/ Acesso em: 21 maio 2022.
Autor do resumo:
Aluno Lucas Soares da Rocha
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.