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Naturalmente, as regiões das axilas e partes íntimas exalam odores leves característicos especialmente no período após a puberdade. Esses cheiros são produzidos porque nessas regiões as glândulas sudoríparas (produtoras do suor) passam a secretar também restos celulares e produtos do metabolismo, os quais servem de alimento para as bactérias da pele e permitem a sua proliferação, causando, assim, o mau cheiro. Apesar desse processo ser normal, deve-se ficar atento para quando houver mudança na característica do odor, quando esse ficar mais intenso ou quando ele for acompanhado por outros sintomas, o que pode apontar alguma infecção ou doença sistêmica. Os maus cheiros nessas regiões podem derivar de uma ou mais das seguintes causas: mudanças na dieta, alterações na flora intestinal, distúrbios hormonais, alterações na função intestinal, hepática ou renal, sendo mais comumente causada pela proliferação bacteriana na pele. O odor desagradável intenso acompanhado de suor e que atrapalha a vida cotidiana recebe o nome de bromidrose e merece ser acompanhado por um médico dermatologista que visa, por meio de pomadas ou antibióticos tópicos, modificar a população bacteriana nessas regiões e pôr fim ao mau cheiro. No caso dos odores vaginais, as principais doenças que provocam aumento do mau cheiro também causam coceira, ardência, vermelhidão, ou eliminação de líquido purulento, além do aumento da intensidade e da mudança característica do odor que se assemelha a peixe. Frente a esses sinais e sintomas, deve-se buscar atendimento por uma equipe médica, já práticas tradicionalmente realizadas como o uso de desodorantes íntimos, sabonetes concentrados ou realização de duchas prolongadas podem piorar o odor, ou mesmo causar irritação vaginal e o aparecimento de outros sintomas. Cuidados semelhantes são recomendados nos casos de mau cheiro nas partes íntimas masculinas, sendo importante destacar que, com a descamação e o acúmulo de suor na região peniana, é comum formar-se uma substância esbranquiçada de potencial carcinogênico de odor forte chamada esmegma, fazendo-se necessária a limpeza frequente da região da glande e do prepúcio para prevenir os maus odores por esse sebo.
Referências:
Mogilnicka, I. Et al. Microbiota and malodor: etiology and management. Int. J. Mol. Sci. 2020, 21, 2886. https://doi.org/10.3390/ijms21082886 Acesso em: 2 jul. 2022Sociedade Brasileira de Dermatologia. Bromidrose. Atualizado em: 11 de Outubro de 2021. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/bromidrose/ Acesso em: 2 jul. 2022.
Mayo Clinic. Vaginal Odor. Atualizado em 25 de Fevereiro de 2022. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/symptoms/vaginal-odor/basics/definition/sym-20050664 Acesso em: 2 jul. 2022.
Autor do resumo:
Aluno Lucas Soares da Rocha
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.