Para assistir crianças com deficiência, os dentistas podem usar desenhos, músicas, estratégias de acolhimento, reforço positivo, múltiplas consultas para criação de vínculo, equipamentos de restrição específicos ou anestesia geral.
***
Ir ao dentista e ter uma boa escovação dos dentes são essenciais para evitar doenças nos dentes e boca, como cáries e gengivite, principalmente em crianças com deficiências. O sucesso do tratamento odontológico e compreensão dos procedimentos dependem do estabelecimento de um vínculo entre o profissional, a criança e a família. Para isso, dependendo das necessidades específicas de cada criança, algumas ações e técnicas podem ser usadas pelo dentista. De forma geral, o manejo do comportamento de uma criança com deficiência no consultório odontológico pode utilizar elementos como: comunicação e orientação comunicativa, ou seja, o dentista explicar ludicamente o que está fazendo, quais os passos que está seguindo; a criação de um vínculo interativo, o que muitas vezes é conseguido a partir de várias e diferentes consultas ao mesmo dentista; o "dizer-mostrar-fazer"; controle da voz; reforço positivo, que é elogiar e parabenizar a criança a cada vez que faz algo positivo; distração, por meio de desenhos e músicas. Para facilitar a interação, o dentista pode utilizar-se também de elementos não verbais como olhares e sorrisos. Em alguns casos, dependendo da situação, uma restrição física e mecânica pode ser necessária, com a finalidade de limitar movimentos corporais da criança, facilitando o trabalho do dentista e evitando possíveis machucados. Essas restrições podem ser feitas por meio das mãos do dentista ou de algum auxiliar, ou por meio de instrumentos específicos, como lençol, faixa, fitas adesivas, macas ou cadeiras desenvolvidas especificamente para a contenção da criança. Esses equipamentos podem possuir estabilizadores, antiderrapantes, evitando que a criança derrape, ou pranchas. Além disso, alguns métodos de sedação e anestesia geral também podem ser usados, de forma temporária. No entanto, tanto para anestesia quanto para métodos de restrição, é importante que exista antes uma avaliação criteriosa, com sessões prévias de acolhimento e interação entre dentista, família e paciente, respeitando sempre a criança a ser atendida e explicando o que será feito.
Referências:
Silveira, E. Rocha, et al. Educação em saúde bucal direcionada aos deficientes visuais. Revista brasileira de educação especial, maio. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/LW6dxK98ktkJxgN3WVvvVNk/?lang=pt&format=html. Acesso em: 12 maio 2022.
Brasil. Ministério da Saúde. Guia de atenção à saúde bucal da pessoa com deficiência. 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_saude_bucal_pessoa_deficiencia.pdf. Acesso em: 12 maio 2022.
Autor do resumo:
Aluno Victor Villatoro Carrapato
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Observação:
Informações não substituem consultas e exames realizados por profissionais da saúde. Antes de usar esta informação, converse com o profissional que lhe assiste.